30 de jul. de 2010

CUIDANDO DA ALMA!!

Quando nada tem graça


 Há ainda muito preconceito e desconhecimento em relação � depressão, doença que atinge cerca de 5% dos brasileiros.
Levantar, tomar um banho, sair para trabalhar, encontrar com amigos e colegas. Tarefas básicas do dia-a-dia, simples de se realizar, mas não para pacientes com depressão. Essa doença que atinge de 2% a 5% dos brasileiros tem como uma de suas conseqüências mais desagradáveis o isolamento social. “O deprimido sente uma apatia generalizada. Perde o interesse por quase tudo o que costumava lhe dar prazer. Sair com os amigos ou conhecer novas pessoas, por exemplo, pode tornar-se angustiante para ele”, comenta a Giuliana Cividanes, médica psiquiatra e consultora científica da Libbs Farmacêutica. Essa apatia pode levar o paciente a ter uma impressão cada vez mais negativa de sua vida. A chamada anedonia (perda de prazer em geral) e a perda de energia levam o indivíduo a crer que não irá se libertar desse mal-estar e, em última instância, isolar-se completamente.
Diversos fatores explicam a relação entre depressão e o isolamento social. A fadiga crônica e a falta de energia para realizar das tarefas mais simples  mais complexas afetam diretamente o convívio social. “Se uma pessoa com depressão sente-se cansada até mesmo para tomar um banho, como irá pensar em sair para uma happy-hour ou se reunir com os amigos? As atividades sociais demandam esforço e energia para esse tipo de paciente”, explica a psiquiatra. A depressão influi, ainda, no apetite, causando ganho ou perda de peso. “No caso de ganho de peso, o problema da baixa auto-estima se intensifica, já que o indivíduo se sente ainda mais desinteressante”, comenta ela. Outros sintomas somáticos como distúrbios do sono – insônia ou sono excessivo – e dores generalizadas pioram o estado de humor.
A dificuldade de se concentrar, de tomar decisões e de resolver problemas contribui para agravar a situação. Outro sintoma importante, a baixa na libido, é um fator que acaba levando a rompimentos de relacionamentos – desde o término de um namoro até o divórcio. Além da libido prejudicada, a capacidade de modular o afeto no deprimido se restringe, gerando ainda mais conflitos nos relacionamentos. “Muitos pacientes chegam a pensar que não gostam mais de ninguém. Há, ainda, um profundo sentimento de culpa. O paciente considera responsabilidade sua quase tudo de ruim que acontece a ele e com as outras pessoas”, completa a médica.
Para a psiquiatra, o primeiro passo em direção  cura é o reconhecimento da doença e a busca por um tratamento adequado. Ainda existe muito preconceito e desconhecimento em relação depressão. “A demora do diagnóstico é muito comum. Quando o paciente com depressão apresenta sintomas somáticos como dores generalizadas, perda de peso e apetite, mal- estar geral, ele procura ajuda médica constante, principalmente em pronto-socorros e em outras especialidades, mas nem sempre os médicos estão preparados para reconhecer a depressão e encaminhar o paciente para um atendimento especializado”, diz a médica. O paciente com depressão freqüentemente queixa-se da tríade passado-presente-futuro: o passado foi um desastre, o presente é cinza e sem sentido e o futuro, portanto, não existe. “Com esses sentimentos, morrem as esperanças e não há futuro sem esperança. A vida torna-se sem saída. Então, muitas vezes, vem a idéia do suicídio”, conclui. Por esse motivo é fundamental o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo, com
acompanhamento médico e psicoterapia, se necessário, para que o paciente volte a ver a vida com outros olhos e resgate seu convívio social, um dos alicerces para o equilíbrio mental.
Para o tratamento medicamentoso da depressão é recomendado o uso de antidepressivos, prescritos por um especialista. Há diversas classes de antidepressivos no mercado, desde os mais antigos, como os tricíclicos, até os mais modernos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina e os que atuam em dois neurotransmissores ao mesmo tempo.
DICAS PARA ENCONTRAR A SAÍDA
Além do tratamento clínico, o paciente com depressão deve ter paciência consigo mesmo, sobretudo na fase inicial do tratamento, quando pode levar um certo tempo (de duas a quatro semanas) para começar a melhorar. Confiar na aliança terapêutica com o médico, executando suas recomendações, também é fundamental para o sucesso do tratamento. O que a família pode fazer para auxiliar o paciente:
• Apoiá-lo durante seu sofrimento, proporcionando carinho, compreensão e paciência, principalmente nas fases iniciais do tratamento.
• Aceitá-lo, respeitando sua realidade e evitando procurar possíveis causas e meios imediatos de solucioná-las.
• Conscientizar-se que a cura da depressão não depende da vontade do indivíduo. Conselhos do tipo “vá distrair-se” ou “você tem de se esforçar para melhorar” são ineficientes, sendo algumas vezes até prejudiciais.
• Auxiliá-lo a cumprir as recomendações do médico. Fonte: Material de apoio ao paciente produzido pela Libbs Farmacêutica
A RELAÇÃO COM A DOR
No último Encontro Mundial da Associação Americana de Psiquiatria, realizado em junho, em Atlanta, foram divulgados números surpreendentes sobre o diagnóstico da depressão: 72% dos pacientes não sabiam que dores vagas ou difusas de cabeça, nas costas ou mesmo distúrbios gastrintestinais também eram sintomas da depressão. E somente 38% dos médicos acreditam que as dores físicas são, sempre ou na maioria das vezes, um sintoma desse mal. Como resultado, 30% dos pacientes apresentam os sintomas físicos dolorosos por mais de cinco anos antes de receberem diagnóstico apropriado. Além disso, chegam a procurar um médico cerca de cinco vezes até ser constatado o quadro depressivo.
Alteração na libido atinge 52% das mulheres depressivas.
Muito mais do que estar simplesmente triste, na “fossa” ou de “baixo astral”, ter depressão é ser portador de uma doença que requer tratamento especializado e contínuo. Mais recorrente entre as mulheres (cerca de 20% delas padecem desse mal, contra 10% dos homens), a depressão altera o estado de ânimo, gerando falta de disposição e sentimentos de pessimismo, culpa e ruína. Outra conseqüência da doença, também muito comum, é a diminuição do interesse sexual. A perda da libido, por exemplo, atinge 52% das mulheres com depressão. O pior é que muitos antidepressivos agravam o problema, o que faz com que muitas pacientes abandonem o tratamento, podendo intensificar o quadro depressivo. Depressão e disfunção sexual acabam formando, portanto, um perigoso círculo vicioso.
Carmita Helena Najjar Abdo, médica psiquiatra, professora livre docente da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do projeto “Sexualidade” (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, explica que o ciclo sexual feminino é mais suscetível a mudanças que o masculino. “Os homens, geralmente, obedecem a uma seqüência mais simples, caracterizada por desejo-excitação-orgasmo. Nas mulheres, essa fórmula não vale em todos os casos”, afirma a médica psiquiatra. Como exemplo, ela cita relações em que a mulher começa sem nenhum desejo, mas, com a estimulação do prazer, chega ao orgasmo. E também ocorre ao contrário, quando a mulher está excitada, mas não atinge o ponto máximo da excitação.
Muitas mulheres com depressão abandonam o tratamento para atender � expectativa sexual do parceiro, o que resulta, geralmente, no retorno da doença. “Na prática, o que se observa é a depressão levando � disfunção sexual e esta, por sua vez, retroalimentando a depressão”, afirma Carmita. Por essa razão, segundo ela, tratar a depressão deve ser prioritário nesses casos. “Primeiro, devemos tratar a depressão, depois resolvemos a disfunção sexual ou outros problemas que podem ser concomitantes, como aumento de peso, porque muitas vezes eles são conseqüências do sucesso do tratamento da depressão”, explica a médica.
Há, no entanto, possibilidades de minimizar a disfunção sexual no combate � depressão. Carmita Abdo comenta, por exemplo, que, dependendo do caso, o médico pode fazer a substituição do antidepressivo utilizado por outro com menos efeito sobre a esfera sexual. Atualmente já existem antidepressivos com esse perfil, mantendo a eficácia e preservando ou até melhorando a função sexual, constituindo-se, portanto, em uma boa alternativa. “Medicamentos a base de bupropiona têm boa tolerabilidade, não afetando a área sexual e não provocando aumento de peso”, afirma Carmita.
O QUE CAUSA O APARECIMENTO DA DEPRESSÃO?
A causa da depressão ainda não foi estabelecida, mas acredita-se que fatores hereditários e genéticos estejam envolvidos. Circunstâncias relativas ao cotidiano da mulher também podem ser apontadas como fatores coadjuvantes, como por exemplo: menopausa, pós-parto, período pré-menstrual, dupla jornada de trabalho, estresse e situação de perda. Em geral, em algum momento da vida, uma em cinco pessoas experimentará um episódio depressivo suficientemente sério para conduzir ao tratamento. Esse pode levar de seis meses a vários anos e é feito com a associação da psicoterapia com antidepressivos.
As disfunções sexuais, como a falta de desejo, dificuldade excitação (lubrificação na mulher e ereção no homem), dificuldade para ter orgasmo, falta de controle da ejaculação pelo homem etc., são queixas muito freqüentes na população em geral. Carmita Abdo afirma que “se a prevalência de disfunção sexual é da ordem de 40% a 50% na população em geral, estima-se que, entre pacientes psiquiátricos, esse índice seja ainda maior”.
MANIA BIPOLAR OU DEPRESSÃO: o diagnóstico faz a diferença
Muitos especialistas ainda não conseguem diferenciar essas duas patologias. Como conseqüência, o paciente pode estar recebendo o tratamento errado.
Para pessoas com transtorno bipolar, o grande desafio é diagnosticar corretamente a doença e iniciar o tratamento adequado o quanto antes. Isso pode ser muito mais difícil do que parece. Anteriormente conhecido como transtorno maníaco depressivo, o problema é freqüentemente confundido com depressão. Explica-se: o quadro bipolar é caracterizado por momentos de depressão alternados com uma sensação de euforia ou mania. “Os quadros de depressão duram mais do que os de euforia. Logo, o médico pode ver o paciente somente na fase depressiva e diagnosticar erroneamente a patologia”, explica o médico José Alberto Del Porto, professor titular do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O transtorno bipolar afeta cerca de 5,5% da população. A doença surge mais freqüentemente no começo da fase adulta, mas pode também ter início na infância, na adolescência e, em alguns casos, até mesmo após a maturidade. A depressão isolada pode ser chamada de unipolar e é caracterizada por uma sensação de desânimo e falta de energia. Já a bipolar alterna esse comportamento com o estado de humor exacerbado e o pensamento acelerado. “Isso não quer dizer que a pessoa se sente feliz. Ela pode estar irritada, brava ou feliz. O traço principal é a grandiosidade dos pensamentos e ações do indivíduo”, explica.
Segundo o médico, é comum, na fase de mania, a pessoa falar além da conta, gastar dinheiro de forma excessiva e se expor de uma forma geral. “O portador pode ser colocar em uma situação de risco durante essa fase”, afirma o psiquiatra. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno bipolar é uma das dez causas mais importantes de incapacitação ao trabalho, quando não tratada de forma adequada.
Além do tratamento medicamentoso, os pacientes bipolares devem adotar algumas medidas de prevenção para evitar as crises. Segundo o psiquiatra, é importante respeitar o ritmo de sono, evitando sua privação, como em casos de plantões noturnos ou fusos horários. “Deve-se evitar também o abuso de drogas e álcool, pois podem acarretar desestabilização do paciente.”
A CURA NA ALIMENTAÇÃO
Segundo Mauro Perini, especializado em medicina chinesa, uma boa receita para combater a depressão inclui alcaçuz, trigo e tâmaras, que reabastecem o sangue e tranqüilizam a mente.
Cerca de cem milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. No Brasil, são dez milhões que sofrem do mal, revelam dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Estima-se ainda que 17% dos adultos vão sofrer de uma doença depressiva em algum período da vida. No livro “Terapia Dietética Chinesa”, o médico Mauro Perini indica algumas receitas dietéticas para o combate da doença, com base na relação entre a medicina tradicional chinesa e a medicina ocidental, e o equilíbrio entre Yin (alimento da terra) e o Yang (alimento do céu),
A depressão é um mal que compromete o lado físico e psicológico; é, portanto, classificada como “distúrbio de humor”. Para pacientes que sofrem da doença o médico faz recomendações e restrições com relação a alimentos que devem ser consumidos:
- Alimentos recomendados jasmin, rosas, flor de laranja, trigo, sementes de loto, bulbo de lírio, angélica, amora, carpa e ostra.
- Alimentos que devem ser evitados todos os gordurosos e oleosos.

Contribuição ao grupo ARTE PONTO X,por Thithi
Bjks,ZiCa Arteiras
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